Posso não ter sido uma ‘boa mãe’ em vários momentos
dessa longa carreira de progenitora. Sequer fui uma ‘mãe suficiente’ em outras
tantas situações, asseguro.
De todos meus atos perante os filhos, o único em que
realmente tenho a convicção de ter acertado, foi na amamentação. São inúmeros
os benefícios em favor do bebê: imunidade, nutrição, vínculo, paz, acalento,
confiança, etc. (há estudos que apontam até capacidade intelectual como
vantagem).
Mais do que um acerto, vejo o aleitamento como um PRIVILÉGIO.
Sei o quanto é difícil para muitas mães. Também sei
das situações de impossibilidade, como as anatômicas, por exemplo. Conheço mães
que gostariam muito de ter podido amamentar seus filhos, que se esforçaram pela
causa, e que mesmo assim não conseguiram. Por isso prefiro chamar de privilégio
o que muitos consideram obrigação.
Nesta semana mundial do aleitamento materno, venho
beber do assunto.
Mas não vou romantizar o quadro (não espere isso de
mim). Amamentar dói, na maioria das vezes. Você tem que enfrentar rachaduras,
sangramentos, ardências, até que o seio se acostume. Precisa superar aquela
fase (desesperadora) de descompasso entre a produção de leite e a demanda do
terneiro-bebê. Lembro do susto diante da mama empedrada e meu recém-nascido
dormindo o sono dos justos: “Deus do céu, quem vai resolver isso agora?”. Você
tem que aceitar sua condição de provedora no sentido mais primitivo que há. E
sim, precisará “ordenhar-se” - por mais bovino que isso possa parecer.
Só perseverei na missão porque o Pequeno Príncipe
que habita minha alma sussurrava: “É preciso que eu suporte duas ou três larvas
se quiser conhecer as borboletas”. Eu queria muito conhecer as borboletas.
“Dizem que são tão belas!”, ele provocava.
A natureza ainda me ajudou com uma fartura que
permitiu levar só no peito cada uma das crias pelos seis meses recomendados e
mais um pouco, thanks God.
Penso que não há experiência mais grandiosa em todo
o pacote da maternidade. Essa conexão sublime entre a mãe e seu rebento é de
uma transcendência existencial que nenhuma outra vivência até hoje me mostrou.
Amamentar seria a experiência da vida que eu mais gostaria de reviver.
Por isso, recomendo. Se for algo viável para você,
querida mamãe, não pense duas vezes: agarre com as duas mãos a oportunidade e use
os dois seios que a vida lhe deu.
Agora, se não for possível, bem, apenas ame. Ame seu
filhote como só uma mãe é capaz de amar. Porque apesar de válida a campanha
pela amamentação, sabe-se que o Amor Incondicional é, definitivamente, o
alimento mais essencial e nutritivo que uma mãe pode oferecer.
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