É preciso crer na poesia
para conter a ventania do dia de finados
para espanar os cantos nublados do céu
e iluminar a praça durante a quermesse
É preciso crer na poesia
para que a prece do dia tenha força
a conta da vida, menos pressa
e as almas vazias, algum trocado
É preciso crer na poesia
para que o pranto busque redenção
e a ave-maria a sua graça
num domingo ensolarado de missa
É preciso crer na poesia
para que a tentação mereça o seu pecado
e o arrependimento, o seu perdão.
(in "ANTES ARTE DO QUE NUNCA"
de Tatiana Druck)
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